Seletividade alimentar no autismo – O que fazer

Seletividade alimentar no autismo

Você já ouviu falar que a seletividade alimentar é comum em crianças com autismo (TEA)? Essa dificuldade com a alimentação vai além do simples “não gostar” de determinados alimentos. Para muitos pais, cada refeição se transforma em um desafio diário, cheio de frustrações e dúvidas sobre como melhorar essa relação da criança com a comida.

Neste artigo, vamos conversar sobre por que a seletividade alimentar é tão frequente no autismo, quais são as possíveis causas, os sinais de alerta e, principalmente, o que os pais podem fazer para lidar com esse comportamento.

O que é seletividade alimentar no autismo?

A seletividade alimentar é caracterizada pela recusa de vários tipos de alimentos, preferindo apenas algumas opções restritas, geralmente com base em características como cor, textura, cheiro ou temperatura.
No caso das crianças com TEA, essa seletividade pode ser bem intensa e causar prejuízos nutricionais se não for acompanhada de perto.

Diferença entre “frescura” e seletividade alimentar

É comum ouvir alguém dizer que a criança “faz manha” para comer, mas na seletividade alimentar associada ao autismo isso não acontece por escolha. Muitas vezes, a criança sente desconforto físico ao experimentar novas texturas ou sabores, o que faz com que evite determinados alimentos.

Por que a seletividade alimentar é comum em crianças com TEA?

Existem várias razões que explicam por que as crianças autistas apresentam uma relação tão diferente com a comida.

1. Questões sensoriais

Uma das características do TEA é a hipersensibilidade sensorial, que faz com que sons, cheiros e texturas sejam percebidos de forma muito intensa.
Assim, alimentos que para nós têm uma textura neutra, como purês ou frutas moles, podem causar incômodo ou até repulsa para uma criança autista.

2. Resistência a mudanças

Muitas crianças com autismo têm dificuldade em lidar com mudanças, preferindo rotinas previsíveis. Por isso, se acostumam a comer sempre os mesmos alimentos e podem rejeitar novos pratos apenas por não fazerem parte de sua rotina.

3. Experiências negativas com a comida

Episódios como engasgos, dores de estômago ou até mesmo sabores muito fortes podem criar memórias negativas, fazendo com que a criança evite alimentos parecidos.

Quais são os sinais da seletividade alimentar no autismo?

Os sinais podem variar de criança para criança, mas os mais comuns são:

  • Aceitar apenas alimentos com determinada cor (por exemplo, só comer coisas brancas, como arroz e pão).
  • Recusar alimentos com determinada textura (como molhos, purês ou legumes cozidos).
  • Comer sempre os mesmos pratos, sem variação.
  • Ter crises de choro ou raiva ao experimentar novos alimentos.
  • Sentir náuseas ou desconforto ao sentir cheiros diferentes.

Se a criança consome apenas um grupo restrito de alimentos e tem dificuldade em aceitar novidades, é importante procurar ajuda profissional.

Quais são os riscos da seletividade alimentar?

Deficiências nutricionais

A limitação alimentar pode levar a falta de vitaminas e minerais importantes, afetando o crescimento e a imunidade.

Impacto na saúde intestinal

Uma dieta pouco variada pode causar problemas digestivos, como prisão de ventre ou dores de estômago, comuns em crianças autistas.

Problemas de comportamento

A ansiedade em torno da hora das refeições pode aumentar, gerando conflitos e tornando o momento de comer estressante para toda a família.

O que fazer para lidar com a seletividade alimentar no autismo?

A boa notícia é que existem estratégias para ajudar a criança a se abrir para novos alimentos de forma gradual e respeitosa.

1. Introduza novos alimentos aos poucos

Forçar a criança a comer algo que ela não quer só aumenta a resistência. A ideia é apresentar novos alimentos de maneira leve, sem pressão. Por exemplo, colocar o novo alimento no prato junto dos que ela já gosta, mas sem obrigá-la a comer.

2. Respeite o tempo da criança

Cada criança tem seu ritmo. Às vezes, ela precisa apenas ver o alimento várias vezes antes de se sentir segura para experimentá-lo.

3. Trabalhe a sensibilidade sensorial

Alguns terapeutas usam atividades que desenvolvem a tolerância a texturas, como brincar com massas de modelar ou areia, para ajudar a criança a se acostumar com sensações diferentes.

4. Transforme a refeição em algo lúdico

Fazer pratos divertidos, como transformar legumes em formas de personagens, pode estimular a curiosidade da criança e fazer com que ela aceite experimentar algo novo.

5. Evite brigas e punições

Associar a comida a um momento negativo pode agravar a recusa alimentar. A paciência e o incentivo positivo são muito mais eficazes.

Como o psicólogo pode ajudar?

O psicólogo especializado em TEA pode identificar quais fatores estão por trás da seletividade alimentar e propor estratégias em conjunto com a família e outros profissionais, como nutricionistas e terapeutas ocupacionais.

Quando buscar ajuda profissional?

Se a seletividade alimentar está afetando a saúde da criança ou o clima familiar, é hora de buscar apoio. O acompanhamento multidisciplinar (psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional) é o mais indicado para casos moderados e graves.

É possível melhorar a seletividade alimentar

A seletividade alimentar no autismo é um desafio real, mas com estratégias adequadas e paciência, é possível ampliar gradualmente o cardápio da criança.
Cada vitória, por menor que seja, deve ser celebrada. O importante é não desistir e entender que respeitar o tempo da criança faz toda a diferença.

Se você está enfrentando dificuldades com a alimentação do seu filho, agende uma consulta com nossos psicólogos. Nossa equipe pode ajudar com orientações personalizadas e estratégias eficazes.

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