Você já ouviu falar que a seletividade alimentar é comum em crianças com autismo (TEA)? Essa dificuldade com a alimentação vai além do simples “não gostar” de determinados alimentos. Para muitos pais, cada refeição se transforma em um desafio diário, cheio de frustrações e dúvidas sobre como melhorar essa relação da criança com a comida.
Neste artigo, vamos conversar sobre por que a seletividade alimentar é tão frequente no autismo, quais são as possíveis causas, os sinais de alerta e, principalmente, o que os pais podem fazer para lidar com esse comportamento.
A seletividade alimentar é caracterizada pela recusa de vários tipos de alimentos, preferindo apenas algumas opções restritas, geralmente com base em características como cor, textura, cheiro ou temperatura.
No caso das crianças com TEA, essa seletividade pode ser bem intensa e causar prejuízos nutricionais se não for acompanhada de perto.
É comum ouvir alguém dizer que a criança “faz manha” para comer, mas na seletividade alimentar associada ao autismo isso não acontece por escolha. Muitas vezes, a criança sente desconforto físico ao experimentar novas texturas ou sabores, o que faz com que evite determinados alimentos.
Existem várias razões que explicam por que as crianças autistas apresentam uma relação tão diferente com a comida.
Uma das características do TEA é a hipersensibilidade sensorial, que faz com que sons, cheiros e texturas sejam percebidos de forma muito intensa.
Assim, alimentos que para nós têm uma textura neutra, como purês ou frutas moles, podem causar incômodo ou até repulsa para uma criança autista.
Muitas crianças com autismo têm dificuldade em lidar com mudanças, preferindo rotinas previsíveis. Por isso, se acostumam a comer sempre os mesmos alimentos e podem rejeitar novos pratos apenas por não fazerem parte de sua rotina.
Episódios como engasgos, dores de estômago ou até mesmo sabores muito fortes podem criar memórias negativas, fazendo com que a criança evite alimentos parecidos.
Os sinais podem variar de criança para criança, mas os mais comuns são:
Se a criança consome apenas um grupo restrito de alimentos e tem dificuldade em aceitar novidades, é importante procurar ajuda profissional.
Deficiências nutricionais
A limitação alimentar pode levar a falta de vitaminas e minerais importantes, afetando o crescimento e a imunidade.
Impacto na saúde intestinal
Uma dieta pouco variada pode causar problemas digestivos, como prisão de ventre ou dores de estômago, comuns em crianças autistas.
Problemas de comportamento
A ansiedade em torno da hora das refeições pode aumentar, gerando conflitos e tornando o momento de comer estressante para toda a família.
A boa notícia é que existem estratégias para ajudar a criança a se abrir para novos alimentos de forma gradual e respeitosa.
Forçar a criança a comer algo que ela não quer só aumenta a resistência. A ideia é apresentar novos alimentos de maneira leve, sem pressão. Por exemplo, colocar o novo alimento no prato junto dos que ela já gosta, mas sem obrigá-la a comer.
Cada criança tem seu ritmo. Às vezes, ela precisa apenas ver o alimento várias vezes antes de se sentir segura para experimentá-lo.
Alguns terapeutas usam atividades que desenvolvem a tolerância a texturas, como brincar com massas de modelar ou areia, para ajudar a criança a se acostumar com sensações diferentes.
Fazer pratos divertidos, como transformar legumes em formas de personagens, pode estimular a curiosidade da criança e fazer com que ela aceite experimentar algo novo.
Associar a comida a um momento negativo pode agravar a recusa alimentar. A paciência e o incentivo positivo são muito mais eficazes.
O psicólogo especializado em TEA pode identificar quais fatores estão por trás da seletividade alimentar e propor estratégias em conjunto com a família e outros profissionais, como nutricionistas e terapeutas ocupacionais.
Se a seletividade alimentar está afetando a saúde da criança ou o clima familiar, é hora de buscar apoio. O acompanhamento multidisciplinar (psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional) é o mais indicado para casos moderados e graves.
A seletividade alimentar no autismo é um desafio real, mas com estratégias adequadas e paciência, é possível ampliar gradualmente o cardápio da criança.
Cada vitória, por menor que seja, deve ser celebrada. O importante é não desistir e entender que respeitar o tempo da criança faz toda a diferença.
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