Quem convive com uma criança autista sabe que as crises sensoriais podem acontecer em diferentes momentos do dia. Sons muito altos, luzes fortes, cheiros intensos ou até uma rotina alterada podem desencadear reações de desconforto e estresse.
Para os pais, familiares e até professores, esses episódios podem gerar dúvidas: como agir? O que fazer para ajudar a criança? Onde encontrar terapia para criança com autismo?
Neste artigo, vamos conversar sobre como reconhecer os sinais de uma crise sensorial, entender o que a desencadeia e, principalmente, aprender formas práticas de lidar com a situação. Tudo isso de maneira simples e acolhedora, para que você se sinta mais preparado no dia a dia.
Antes de tudo, é importante compreender o que é uma crise sensorial. Diferente de uma birra comum, a crise acontece porque a criança com Autismo sente os estímulos do ambiente de forma mais intensa.
Imagine estar em um lugar barulhento, com luzes piscando e muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Para quem tem hipersensibilidade sensorial, isso é como uma avalanche difícil de controlar.
Durante a crise, a criança pode chorar, gritar, tampar os ouvidos, se jogar no chão ou até se isolar. Essas reações não são escolhas conscientes, mas sim respostas do corpo tentando se defender do excesso de informações.
Por isso, é fundamental diferenciar a crise sensorial de uma birra. Enquanto a birra é geralmente motivada por um desejo não atendido, a crise é resultado do desconforto físico e emocional real.
Entender essa diferença ajuda os pais a não interpretarem mal o comportamento e a oferecerem o suporte necessário. Reconhecer que a criança não está “fazendo de propósito” é o primeiro passo para lidar com o episódio de forma empática e eficaz.
Cada criança autista é única, mas existem alguns gatilhos comuns que podem levar a uma crise sensorial. Entre eles estão sons altos e inesperados, como buzinas, sirenes ou mesmo o barulho de um liquidificador.
Também é comum que luzes fortes, como as de shoppings ou festas, causem desconforto. Cheiros intensos de perfumes, produtos de limpeza ou comidas também podem ser fatores desencadeantes.
Outro ponto importante são as mudanças de rotina. Muitas crianças com TEA se sentem mais seguras quando sabem o que vai acontecer. Alterações repentinas, como trocar o caminho da escola ou receber visitas inesperadas, podem gerar insegurança e aumentar o estresse.
Além disso, ambientes muito cheios, com muitas vozes e estímulos ao mesmo tempo, costumam ser bastante difíceis de suportar.
Vale destacar que a sensibilidade pode variar de acordo com o momento. Uma criança que tolera determinado barulho em um dia pode não suportá-lo em outro, dependendo de como está emocionalmente. Por isso, observar e registrar os episódios é essencial para identificar os padrões.
Conhecer os gatilhos ajuda os pais e cuidadores a prevenir ou minimizar as crises. Evitar determinados lugares ou adaptar os ambientes pode ser uma grande ajuda. Essa atenção não significa limitar a vida da criança, mas sim criar condições mais adequadas para que ela se sinta confortável e segura.
Identificar os sinais de que uma crise está prestes a acontecer é uma das estratégias mais eficazes para lidar com a situação. Geralmente, a criança dá indícios de que está ficando sobrecarregada antes que o episódio se intensifique.
Esses sinais podem ser inquietação, movimentos repetitivos mais intensos, tapar os ouvidos, evitar contato visual ou pedir para sair de um lugar.
Em alguns casos, a criança pode começar a respirar mais rápido, mostrar irritação repentina ou se recusar a participar de atividades. Observar esses comportamentos ajuda a agir rapidamente, oferecendo suporte antes que o desconforto se transforme em uma crise maior.
Uma boa prática é criar uma espécie de “manual” da criança. Anotar quais situações costumam gerar estresse, quais comportamentos aparecem antes da crise e quais estratégias funcionam melhor para acalmá-la. Isso ajuda não só os pais, mas também professores e cuidadores a agir de forma consistente.
Além disso, ensinar a criança a se comunicar sobre o que sente é um passo fundamental. Para algumas, o uso de cartões visuais ou aplicativos de comunicação pode ser útil. Assim, ela pode sinalizar que está incomodada antes que a crise se instale. Essa antecipação não evita todas as situações, mas pode reduzir bastante a intensidade dos episódios.
Quando a crise já começou, o mais importante é manter a calma. O adulto precisa ser um ponto de segurança, e não mais um elemento de estresse. A primeira atitude deve ser reduzir os estímulos; se possível, leve a criança para um lugar mais silencioso e com menos luz. Evitar multidões ou retirar objetos que possam incomodar faz diferença.
Outra estratégia é usar recursos que tragam conforto, como fones abafadores de ruído, brinquedos sensoriais ou até um objeto de apego que a criança goste. Esses itens ajudam a redirecionar o foco e trazem sensação de segurança.
Também é válido oferecer contato físico suave, como um abraço, mas somente se a criança aceitar. Em alguns casos, o toque pode aumentar o desconforto.
O tom de voz deve ser calmo e baixo. Frases curtas e objetivas ajudam a transmitir clareza, como “está tudo bem” ou “vamos respirar juntos”. Evite dar ordens ou repreender, já que a criança não tem controle consciente do que está acontecendo.
O mais importante é entender que a crise vai passar. Não há como “resolver” o episódio de imediato, mas sim oferecer condições para que a criança se acalme no seu próprio tempo. Essa postura de acolhimento fortalece o vínculo e ajuda a criança a confiar mais nos cuidadores.
Embora não seja possível evitar todas as crises, algumas práticas simples podem reduzir bastante a frequência e a intensidade dos episódios. Uma delas é manter uma rotina estruturada, com horários previsíveis para alimentação, estudo e lazer. O uso de calendários visuais ou quadros de rotina pode ajudar a criança a se sentir mais segura.
Outra dica é preparar a criança com antecedência para mudanças inevitáveis. Se haverá uma visita ao médico ou uma festa de aniversário, explique o que vai acontecer, mostrando fotos do lugar ou descrevendo o passo a passo. Isso diminui o impacto das novidades.
Oferecer pausas sensoriais ao longo do dia também é eficaz. Criar um cantinho tranquilo em casa, com brinquedos sensoriais ou uma barraca aconchegante, permite que a criança se retire quando sentir necessidade.
Além disso, exercícios de respiração simples ou músicas relaxantes podem ser incorporados à rotina como recursos de autorregulação.
O papel da escola é igualmente importante. Professores informados sobre as necessidades da criança podem adaptar atividades, reduzir estímulos em sala e respeitar os limites dela. Essa parceria entre família e escola torna o processo muito mais positivo.
Com paciência e estratégias bem definidas, é possível transformar o dia a dia em um ambiente mais acolhedor, prevenindo crises e promovendo qualidade de vida para a criança e toda a família.
As crises sensoriais no autismo podem ser desafiadoras, mas é essencial lembrar que elas não definem a criança. Elas são apenas uma resposta ao excesso de estímulos que o corpo não consegue processar. Compreensão, paciência e estratégias adequadas fazem toda a diferença nesse processo.
Pais, familiares e educadores que se informam e aprendem a lidar com esses episódios ajudam a criança a se sentir mais segura e confiante. O caminho pode exigir ajustes, mas cada avanço é uma vitória.
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