Garcez Ranha
27 de fevereiro de 2025
Se você convive com uma criança autista ou está começando a entender mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), provavelmente já percebeu que elas têm alguns hábitos bem característicos. Esses padrões de comportamento fazem parte do seu modo único de perceber e interagir com o mundo ao seu redor.
Cada criança autista é única, mas existem alguns hábitos comuns que podem ajudar a identificar e compreender melhor suas necessidades e preferências. Vamos explorar sete desses hábitos e como lidar com eles de maneira positiva e acolhedora.
Um dos hábitos mais comuns em crianças autistas é a repetição de movimentos ou sons, também conhecida como estereotipia. Isso pode incluir balançar o corpo, bater as mãos, girar objetos ou repetir frases e palavras.
Esses comportamentos geralmente ajudam a criança a se autorregular e processar os estímulos ao seu redor. Algumas crianças fazem isso quando estão felizes, enquanto outras podem recorrer à repetição para aliviar a ansiedade.
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Se isso não estiver prejudicando a segurança ou o bem-estar da criança, o ideal é permitir que ela se expresse dessa forma. No entanto, caso esses comportamentos interfiram em outras atividades, pode ser interessante buscar alternativas que ajudem a canalizar essa necessidade de forma mais funcional.
Crianças autistas costumam se sentir mais confortáveis quando seguem uma rotina bem estruturada. Mudanças inesperadas podem gerar ansiedade e desconforto, pois a previsibilidade traz segurança.
Elas podem insistir em seguir os mesmos caminhos, comer os mesmos alimentos e realizar atividades sempre na mesma ordem. Quando ocorre uma mudança, pode haver crises ou resistência.
Para lidar com isso, é essencial preparar a criança para mudanças sempre que possível. Pequenos avisos antecipados e o uso de recursos visuais, como quadros de rotina, podem ajudar a tornar as transições mais suaves.
Muitas crianças autistas apresentam sensibilidades sensoriais intensificadas ou reduzidas. Isso significa que podem reagir de maneira extrema a barulhos, luzes, texturas ou cheiros, ou, ao contrário, podem buscar estímulos intensos porque não percebem essas sensações como os outros.
Uma criança com hipersensibilidade auditiva pode se incomodar com sons que para a maioria das pessoas são normais, como o barulho do liquidificador ou do aspirador de pó. Já uma criança com hipossensibilidade pode gostar de tocar tudo, buscar apertos fortes ou até mesmo não notar quando se machuca.
Compreender essas questões é essencial para oferecer um ambiente mais adequado para a criança, respeitando suas necessidades sensoriais e ajudando-a a lidar com os estímulos de maneira mais equilibrada.
A linguagem é uma área em que muitas crianças autistas apresentam diferenças significativas. Algumas podem ter dificuldade para falar, enquanto outras falam, mas com padrões diferentes do esperado para a idade.
Elas podem repetir frases ou palavras sem um contexto claro (ecolalia) ou ter dificuldades em iniciar e manter um diálogo. Além disso, expressões faciais e gestos podem ser menos frequentes ou diferentes do padrão neurotípico.
A boa notícia é que existem várias formas de estimular a comunicação, desde a Fala Espontânea Ativa até o uso de recursos como pictogramas, aplicativos e a Linguagem de Sinais. O importante é respeitar o ritmo da criança e encontrar maneiras eficazes para que ela se expresse.
Muitas crianças autistas demonstram um interesse profundo por determinados temas. Pode ser dinossauros, espaço sideral, números, mapas ou qualquer outro assunto que capte sua atenção.
Elas podem passar horas explorando esse interesse, buscando informações e falando sobre ele com muito entusiasmo. Esse tipo de hiperfoco pode ser uma ferramenta incrível para o aprendizado e desenvolvimento da criança, se bem direcionado.
Ao incentivar esses interesses, pais e educadores podem criar oportunidades para ampliar o conhecimento e desenvolver habilidades importantes, como interação social e linguagem.
A interação social pode ser desafiadora para crianças autistas. Algumas podem preferir brincar sozinhas, enquanto outras querem interagir, mas não sabem como.
Dificuldades em entender expressões faciais, ironia ou regras sociais implícitas são comuns. Isso não significa que não queiram se conectar com os outros, mas sim que podem precisar de ajuda para compreender melhor essas dinâmicas.
Práticas como brincar junto, ensinar habilidades sociais por meio de histórias e oferecer oportunidades estruturadas de interação podem fazer uma grande diferença.
A seletividade alimentar é um hábito muito comum em crianças autistas. Elas podem rejeitar certos alimentos por causa da textura, cor, cheiro ou sabor.
Isso pode gerar preocupação para os pais, mas forçar a criança a comer pode piorar a situação. O ideal é introduzir novos alimentos aos poucos, sem pressão, e buscar formas de tornar a experiência mais positiva.
Compreender esses hábitos é essencial para criar um ambiente de acolhimento e suporte. Cada criança tem seu próprio ritmo e forma de se expressar, e a melhor maneira de ajudar é com respeito, paciência e informação.
Se você suspeita que seu filho ou uma criança próxima possa estar no espectro autista, buscar a orientação de um profissional especializado em criança autista pode ser um grande passo para entender e apoiar suas necessidades.
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Até a próxima dica.
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